Cientistas descobrem possível origem do oxigênio no universo

Uma equipe de pesquisadores confirmou a existência do oxigênio mais distante já detectado, em uma galáxia a 13,1 bilhões de anos-luz de distância. A descoberta sugere que este pode ter sido o primeiro oxigênio a se formar no início do universo.
Os cientistas - do Observatório Astronômico Nacional do Japão e de várias universidades japonesas - descobriram a galáxia SXDF-NB1006-2 há quatro anos, e vêm tentando identificar os elementos presentes nela desde então. O estudo, com base em dados coletados pelo observatório ALMA (Chile), foi publicado na revista Science.
Como esperado, a galáxia contém hidrogênio; mas a equipe ficou muito mais curiosa sobre a potencial presença de oxigênio, o que poderia nos dar informações importantes sobre como esse elemento se formou.
Se o oxigênio estivesse presente, os modelos da galáxia sugeriam que ele estaria sob o processo de reionização cósmica, no qual a radiação do espaço ioniza nuvens de gás. À medida que o gás é reionizado, ele também libera um tremendo clarão de luz, como você pode ver nesta simulação do processo ao longo de um timelapse de 5 milhões de anos:

Como esse clarão é bem brilhante, os pesquisadores esperavam poder detectá-lo com o observatório ALMA, mesmo a uma distância tão enorme. O palpite valeu a pena: uma varredura do ALMA encontrou um clarão revelador que indica a presença do oxigênio.
No entanto, como a galáxia está a 13,1 bilhões de anos-luz, isso significa que estamos vendo como ela era no passado - e o oxigênio dela não é o mesmo que respiramos hoje. Para começar, ele existe em uma quantidade relativamente pequena, menos de um décimo do encontrado no Sol.
"A pequena quantidade é esperada porque o universo ainda era jovem e tinha uma breve história de formação de estrelas naquela época", diz o coautor Naoki Yoshida, da Universidade de Tóquio, em um comunicado. "De fato, nossa simulação previu uma abundância dez vezes menor que o Sol".

Oxigênio e vida

Embora este oxigênio não possa sustentar a vida como a conhecemos, Inoue diz que esta descoberta ajuda a responder à questão de onde e quando ele se formou no nosso universo.
"Estes átomos de oxigênio que encontramos são a primeira espécie já produzida no Universo, porque o oxigênio não existia no Big Bang. Na verdade, todos os elementos mais pesados ​​do que o lítio são produzidos dentro das estrelas e se espalham no universo quando elas morrem", diz Inoue.
Ele continua: "o oxigênio e outros elementos compõem as partículas de poeira que acabam formando planetas e, possivelmente, a vida neles. Portanto, nossa descoberta mostra a origem do oxigênio, um dos elementos mais importantes para os seres humanos, neste universo."
Agora que os pesquisadores confirmaram a presença de oxigênio, o próximo passo é tentar descobrir como ele se afastou dessa galáxia. Com essa informação, eles esperam desvendar ainda mais sobre o que significa a presença do oxigênio para a vida em nosso universo.


Por: Marcos Neto - Astronomia Universal - domingo, 26 de junho de 2016

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